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As cidades são para os seres humanos, enquanto as vias expressas servem para movimentar os veículos. As cidades são centros de cultura e comércio que dependem do investimento privado. O enorme investimento público em vias expressas, feito no último século, reduziu a capacidade das cidades para conectar as pessoas entre si e estimular a cultura e o comércio. Apesar deste estudo ser sobre as chamadas estradas ou rodovias urbanas, ele trata sobretudo das cidades e das pessoas que ali vivem. Ele aborda também a visão comunitária e a liderança que se fazem necessárias no século XXI para evitar as demolições, a perturbação social e a separação das comunidades que são geralmente provocadas pela construção de rodovias urbanas.
Este estudo relata as histórias de cinco cidades diferentes que, na verdade, conseguiram se renovar quando decidiram remover essas vias expressas ou reconsiderar a sua construção. Essas histórias mostram que para tratar as cidades danificadas pelas vias expressas para veículos privados e melhorar o transporte público, existe toda uma gama de soluções específicas e adaptáveis ao contexto. Esta perspectiva contrasta com a abordagem típica de “tamanho único” que foi adotada nos anos 50 e 60 para dividir bairros inteiros com a construção dessas vias expressas. Nessa época, acreditava-se que essas vias reduziriam o congestionamento e aumentariam a segurança nas cidades. Surpreendentemente, essas duas razões ainda são mencionadas com muita frequência para justificar os enormes gastos feitos com o dinheiro público para expandir vias expressas existentes ou construir novas.